quarta-feira, abril 04, 2007

Vamos produzir uma lista de "laranjas", de novo?

Algumas pessoas estão defendendo a realização da "CPI do Apagão Aéreo" e, realmente, se mostram muito aborrecidas ao notarem que o governo não está muito interessado.

Eu não poderia, de maneira alguma, tirar-lhes a razão. Contudo, estas pessoas partem do princípio de que as CPI's funcionam - Como se tivessem esquecido o fiasco das CPI's anteriores.

O que me aborrece, de fato, é ver toda a atenção do País, durante aproximadamente seis meses, voltada à produção de um relatório com milhares de páginas que ninguém vai ler. Foi assim nas últimas CPI's - Por quê esta seria diferente? Além disso, damos crédito àquela velha desculpa de que nada pôde ser realizado porque todos estavam concentrados na dita cuja Comissão Parlamentar de Inquérito - O nome é bonito, mas, a balela é nossa velha conhecida.

Não precisamos de CPI's. Precisamos de soluções! Pouco me interessa sair à caça dos laranjas responsáveis que, aliás, jamais pagarão por seus erros, como sempre. O tempo corre para a frente. Precisamos cuidar, sim, do futuro, para que ele seja diferente desta lama de hoje.

Assim, gostaria de pegar emprestado a borracha do Mário Leal para, sim, apagar algumas pedras do caminho e começar a construir algo que realmente tenha sentido, à partir de agora. Não estou dizendo que precisamos abafar tudo - Não é isso. Mas, há de se concordar que, quanto mais nos prendemos às cagadas do passado, pior planejamos o futuro.

sexta-feira, março 23, 2007

Microsoft e a W3C

De carona neste post do Marco Gomes, e especialmente na onda da campanha No More IE Hacks, gostaria de trazer à tona uma coisa meio esquisita.

Bom, a World Wide Web Consortium (W3C) é o grupo de pessoas e empresas que produz as famosas especificações para aplicações WEB, como o HTML, CSS, XHTML, XML, etc. Até aqui, tudo bem. Nada de estranho.

A razão da esquisitice, é a presença da Microsoft na lista dos membros da W3C. Se o IE é tão conhecido por ignorar certas especificações, o que estarão fazendo os representantes da Microsoft na W3C?

quarta-feira, março 21, 2007

João e o pé de cana

Além de ser uma fonte alternativa de combustível, o etanol também está sendo largamente utilizado para explodir o saco do povo brasileiro!

É profundamente irritante tomar conhecimento de que existem pessoas como os donos da Google, fundadores da SUN e da AOL, que muito provavelmente não entendem patavina de etanol, interessados em investir na sua produção.

Quem será que vai ser beneficiado? Será que ainda somos ingênuos o suficiente para pensar que isto trará algum benefício para o povo desse País? Será que temos condições, nós, o povo, de entrar nessa balada?

Bom, não sei quanto à vocês, mas eu vou começar a procurar terrenos desocupados e plantar os meus pezinhos de cana. Também pretendo comprar algumas caixas d'água, que após entupir de terra (ainda não sei de onde), serão a minha plantação de cana "móvel". Inclusive, pretendo plantar cana nos fundos da minha casa e até dentro da minha privada.

Na pior das hipóteses, no futuro, posso vender caldo de cana enquanto assisto aos poderosos da informática ganharem rios de dinheiro com combustível. Perfeito. Não sou lá muito fã de Renato Russo, mas, que País é esse?

segunda-feira, março 19, 2007

Allen Holub, a ovelha negra

Você trabalha na área de TI, procura melhorar o design das suas aplicações orientadas à objeto a cada dia, preocupa-se com a facilidade de manutenção e utilização de patterns, e nunca ouviu falar em Allen Holub? Talvez devesse. Não necessariamente para concordar com ele, mas ao menos para ser instigado à reavaliar sua própria maneira de pensar nas coisas, especialmente naquelas que sempre foram consideradas triviais.

Allen Holub trabalha como consultor em empresas de desenvolvimento de software e, às vezes, vai além e acaba também desenvolvendo a aplicação. Ele diz que sua motivação vem da frustração que sente ao ver empresas gastando muito dinheiro e ainda assim falhando no desenvolvimento de seus produtos. Ele também afirma que, com alguma ajuda, esta situação poderia ser evitada. E é claro, oferece tal ajuda.

No campo da orientação à objetos, Allen defende um certo "purismo", recorrendo à alguns conceitos bastante antigos, e que vem sendo sistematicamente ignorados.

Como exemlo, gostaria de citar uma das suas principais "broncas", que envolve os acessors (getters e setters). Os acessors são tão comuns hoje em dia que até fazem parte de algumas linguagens, que criam "facilitadores" para sua utilização (properties), como é o caso do Delphi e do C#. Já no mundo Java, por exemplo, temos os getIsso() e setAquilo() utilizados como padrão. Quase todo o mundo usa. Segundo Allen Holub, isto viola o conceito do encapsulamento, pois permite que os atributos de um objeto sejam lidos por outro. Segundo ele, um objeto não deve expor nenhuma informação e deve ser conhecido apenas por aquilo que pode fazer, e não pela informação que seus atributos contém. Você não deve solicitar que um determinado objeto lhe retorne informação para que você as manipule externamente, e sim, pedir à este objeto, onde está contida a informação, que faça o que deve ser feito. Qualquer informação contida nos atributos de um objeto, deve ser vista e manipulada apenas pelo próprio objeto. Ele alegou, também, que esse padrão de get e set utilizado no Java, não passa de uma maneira de publicar os membros privados de um objeto.

Agora, imagine o estardalhaço que ele fez quando publicou isso no site Java World. Sua cabeça deve ter ficado à prêmio por lá, na época. Alguns comentários feitos pelos leitores, de suave, não tinham absolutamente nada. Ele teve que aguentar algumas pancadas e se defender bastante, sempre buscando novos argumentos.

Ele fala de muitas outras coisas, também. Quase todas no mesmo nível do exemplo que citei acima. Como este post ficaria muito grande se eu relacionasse tudo, apenas gostaria de fazer uma recomendação - Se tiver oportunidade, leia os artigos de Allen Holub (os links podem ser encontrados em seu site), e depois de fazer as devidas considerações, veja se pode dizer que ele está errado ;-)

Ele também está procurando um bom software de blog. Sugestões são bem vindas. Contudo, já adianto que ele se referiu ao Wordpress como tendo uma "implementação miserável".

sexta-feira, março 16, 2007

A Arte de Desenvolver Software

Quando me perguntam o que faço, referindo-se à minha profissão, digo logo que sou programador. Às vezes as pessoas torcem o nariz, e eu consigo ler seus pensamentos - Como pode, um cara que trabalha na área de TI há mais de uma década, "ainda" ser um programador? Ele não deveria ter "evoluído" para algo "melhor"? Será que ele é incompetente?

As pessoas estão habituadas demais ao modelo hierárquico - Aquela "maldição em forma de pirâmide" onde os participantes esquecem seus deveres e princípios, passando a maior parte do tempo metidos em joguinhos políticos com o objetivo de obter uma promoção.

Modelos hierárquicos não funcionam no desenvolvimento de software. Ponto final - E não sou eu quem está dizendo. Isto já foi jogado aos quatro ventos há muito tempo.

Na realidade, programadores são indivíduos auto-suficientes providos de todas as ferramentas necessárias para a execução do seu trabalho. Com exceção de um vendedor, eles não precisam de intermediários. Se você faz parte de uma equipe de desenvolvimento de software e não "mete a mão na massa", provavelmente você está atrapalhando. E muito. Em uma equipe ideal de programadores, todos são amigos, todos programam, fazem churrasco, bebem cachaça, e ninguém é chefe de ninguém. É simples.

Exceto pela cachaça e pelo churrasco, que obviamente são opcionais, alguns sábios estão conseguindo formalizar este velho anseio através das metodologias ágeis de desenvolvimento de software. Eles realmente estão de parabéns. Contudo, ainda encontram muitas barreiras, pois os nossos gerentes-panacas-de-plantão estão ocupados demais, enfiados em suas reuniões improdutivas, e não têm tempo para "analisar" este tipo de coisa "louca e moderninha".

Também não posso deixar de mencionar aquela situação ridícula onde uma equipe de desenvolvimento é gerenciada como se fosse uma espécie de time de futebol, com seus titulares e reservas. É o modelo hierárquico novamente - Mas e se o Fulano de Tal sair de férias, quem fará o trabalho dele? - Oras bolas, qualquer um!

Considerando que é facílimo observar a realidade e perceber grandes falhas nos métodos atuais, a conclusão é que não estamos sofrendo pela falta de educação, e sim, pela falta de QI.

[Editado em 17/03/2007]

Obviamente, programadores irão elogiar este artigo e gerentes irão detestar. Apesar da crítica pesada, quero dizer que não estou, de maneira alguma, desmerecendo qualquer profissional. A idéia é apresentar o quadro mais comum dos dias de hoje, que aliás, não é uma regra.

E também, quando eu digo "programador", estou considerando o profissional em um sentido bastante amplo, o de desenvolvedor.

quinta-feira, março 15, 2007

A Credibilidade do Blog

Existem pessoas que escrevem muito bem. Outras nem tanto, mas se esforçam. Também tem aquelas que estão pouco se lixando, bem como as mais desprezíveis, as que copiam e colam indiscriminadamente, entupindo a internet com informação redundante.

Os dois primeiros tipos geralmente proporcionam uma boa leitura, onde podemos encontrar seriedade e opinião. Se estivermos lendo algo que seja do nosso conhecimento, poderemos facilmente avaliar a qualidade da informação. Por outro lado, se não conhecermos o assunto, ainda assim poderemos avaliar a qualidade através dos argumentos do autor e comentários dos leitores. Um artigo de um blog é posto à prova quando é publicado, e caso seja ruim, futuramente será conhecido como tal.

Quando um artigo é tomado pelo descrédito, seu autor também é penalizado, perdendo pontos com seus leitores habituais. Ele provavelmente será marcado por comentários negativos e conseqüentemente isso afetará também os novos leitores. Como as pessoas querem que seus textos sejam lidos, caso contrário escreveriam em diários pessoais, acredito que haja um certo apreço pela qualidade do conteúdo.

São os leitores desses blogs que vão definir o futuro. Com o passar do tempo surgirão nomes. Alguns autores se transformarão em "celebridades virtuais" (isto já acontece), outros cairão no esquecimento e alguns se arrependerão de ter iniciado. O fato é que, no futuro, quem merecer crédito, o terá.

E para "fechar o boteco", gostaria de lembrar daquela tragédia com o vôo 402 da TAM em 1996. Lembro muito bem de uma emissora de TV dizendo, na época, que a última frase do piloto teria sido - "estou salvando a escola". Em um video que pode ser encontrado no YouTube, que supostamente mostra a análise da caixa-preta da aeronave, incluindo o som da cabine, podemos perceber que a última frase é - "meu Deus, não!".

Antes mesmo de questionar a autenticidade desse vídeo, pense naquilo que você diria caso estivesse pilotando um avião prestes a bater no chão. Você provavelmente estará próximo da verdade. E ela não virá, necessariamente, de uma emissora de TV. Esse é o ponto. Se tivermos a capacidade de digerir a informação e evitar "notícias mastigadas", provavelmente encontraremos a verdade e saberemos a quem dar crédito.

terça-feira, março 13, 2007

Agora fedeu!

Em casa, amontoado no canto do quarto no meu pequeno escritório, tenho três computadores. Um é o computador da empresa onde trabalho e os outros dois são meus. Em horário normal de expediente, utilizo o computador da empresa. Nessa hora, às vezes, minha esposa utiliza um dos nossos dois computadores (o mais novo), enquanto o bom e velho P3 700 fica desligado. Aliás, ele quase sempre fica desligado e é utilizado eventualmente para armazenar meus backups.

Hoje, somente o computador da empresa estava ligado. Era mais uma terça-feira-chuvosa-normal de trabalho, quando derrepente senti um forte cheiro de queimado - Aquele cheiro característico de quando se queima algo que em hipótese alguma deveria estar queimando - Meu Deus, este computador, que nem é meu! Desliguei imediatamente o estabilizador na intenção de "salvar" alguma coisa.

O próximo passo era saber exatamente o que tinha sido destruído. Lá estava eu de quatro por debaixo das mesas na tentativa de poder identificar a origem daquele cheiro, que neste ponto já tomava forma de cheiro de conta bancária negativa, pois este equipamento está sob minha responsabilidade. Estranho, pensei - O cheiro parece estar vindo do outro lado (o lado dos meus computadores). Senti até um pouco de alívio porque os dois estavam desligados. De qualquer modo, fui "farejando" para o outro lado, já que aparentemente era lá a origem do problema.

Como os outros dois computadores estavam realmente desligados e meu roteador e HUB estavam intáctos, só pude pensar que era algum problema na fiação elétrica. Verifiquei todos os cabos. Nada. Bom, eu sabia que precisava ser mais minucioso.

Começei a cheirar as CPU's, começando pelo meu computador mais novo, passando por meu computador de backup e... - Ahá! É você? Mas você não estava desligado? Coloquei a mão por trás do gabinete e pude perceber que estava excessivamente quente para algo que estava desligado. Só para constar, quando eu digo desligado, não estou afirmando estar desconectado da rede elétrica.

À partir deste momento ficou fácil. Abri a máquina e constatei que a fonte tinha ido pro beleléu e era a causa do problema. Ainda não abri para ver o que aconteceu. Quem sabe encontro um inseto esturricado lá dentro (o famoso bug).


Lição do Dia

Sempre acreditei que eletrodomésticos desligados, mesmo que conectados à rede elétrica, não queimassem. De hoje em diante, se por alguma razão a casa ficar sozinha, vou puxar tudo da tomada antes de sair.