terça-feira, fevereiro 27, 2007

Linux versus Windows

Nem vou falar do bafafá proporcionado no final do ano passado por Steven Ballmer. É ridículo, não merece atenção e deve ser desconsiderado, na minha opinião. Contudo, se você quiser mais informações pode ler à respeito aqui neste site: http://showusthecode.com/. Alguns bons blogs também noticiaram o assunto.

Quero somente fazer uma comparação não especulativa ou tendenciosa entre estes dois sistemas operacionais, já que tenho contato com ambos, no meu dia-a-dia.

Boa parte dos usuários de um, ou de outro sistema operacional, não são simples usuários. São soldados que defendem até à morte sua escolha, juntamente com seu ponto de vista e suas crenças. As bandeiras das janelinhas e dos pinguins são hasteadas orgulhosamente e os ataques de ambos os lados são incessantes e calorosos.

Algumas pessoas dizem que isso é bom. Particularmente, acho um pé-no-saco. O fato é que um quer roubar o espaço "forte" do outro. O Linux quer ser desktop e o Windows quer ser servidor. Certo, certo. Eu sei que existe um esforço de quase toda a comunidade Linux para deixá-lo mais "amigável" e que servidores Windows andam até "aguentando bem o tranco". O problema é que ambos desempenham seu "ponto fraco" mediocremente, e seus defensores insistem em continuar batendo na mesma tecla, aquela que aponta para o outro lado, para os benefícios do seu sistema operacional preferido. Isso tudo não passa de uma mania de unificar tudo aquilo que precisamos em um só produto.

Aparentemente não conseguiremos dormir até que consigamos que um sistema operacional derrote o outro, então, após uma boa noite de sono, o derrotado ressurgirá das cinzas, junto com todos os seus fiéis e fanáticos, e começará tudo de novo.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Para onde vai a qualidade do software?

Sou desenvolvedor de software, atuando profissionalmente na área de TI desde 1994, portanto, há 13 anos. Apesar de me considerar um eterno aprendiz, tenho total segurança para afirmar que, caso eu fosse montar um gráfico que representasse a qualidade do software para os próximos anos, ele seria parecido com uma imensa ladeira! Não estou dizendo, absolutamente, que não existam softwares bons. Mas afirmo que são tão raros quanto filhote de pombo - Sabemos que eles existem, mas quantos de nós já os viram?

Ano após ano, vi com meus próprios olhos a decadência do desenvolvedor de software. Sim, estou falando da pessoa. Boa parte desta decadência pode ter sido motivada pela brutal concorrência existente no mercado. A lógica é simples - Preço baixo e prazos curtos são necessários para se ter algum cliente.

O grande problema é que desenvolvimento de software não é a mesma coisa que apertar parafusos. É um trabalho essencialmente intelectual, onde cada pequena parte do trabalho, por menor e mais repetitiva que seja, demanda atenção absoluta e uma dose fenomenal de criatividade. Simplesmente não se pode acelerar o ritmo de produção dentro deste contexto e ainda assim manter um nível aceitável de qualidade.

Então, se nada acontecer (e acreditem, não vai) vamos entrar numa era de total desconfiança sobre tudo o que estiver relacionado à software ou, o que é mais provável, vamos passar a achar que tudo isso é normal.

Quero aproveitar e assumir minha parcela de culpa. Sim! Nós, os profissionais de desenvolvimento de software, somos os culpados por esta situação, pois não dissemos um sonoro "não", nas vezes em que foi necessário. Não dissemos que programação "não" é igual a fazer uma "cartinha" num editor de textos; não dissemos que "não" iamos trabalhar aos finais de semana porque tinhamos uma vida; não dissemos que dobrar o tamanho da equipe de desenvolvimento "não" cortaria o tempo pela metade; e a que eu mais gosto, não dissemos que "não" iamos trabalhar por um salário miserável.

O que podemos fazer agora? Essa é a resposta mais simples - Colher o que plantamos!

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

A Crise dos "Aero-patéticos"

Eu simplesmente me recuso a acreditar que existam tantas pessoas desprovidas da capacidade de observar o mundo à sua volta.

Alguém duvida que vai começar mais um capítulo da novela "Meu avião ainda não veio"? Alguém duvida, também, que vamos acabar assistindo àquela reprise na qual aparece um bando de pobre metido a burguês, armando barraco no saguão do aeroporto, dizendo incessantemente que se tivesse ido de ônibus já teria chego, e que a companhia aérea não pagou nem um "lanchinho"?

Essa cena deprimente seria até aceitável se este problema dos atrasos e cancelamentos fosse novidade. Mas não é. E é exatamente aqui que entra a capacidade de observar. Se eu sei que este problema existe, não seria melhor buscar alternativas de transporte? Carro ou busão? Ou será que eu acredito no governo que diz estar tudo sob controle?

Lamento muito por aqueles que não tem opção e realmente necessitam deste meio de transporte e, apesar de toda a irritação, são obrigados a compartilhar o espaço com pessoas que deveriam estar numa rodoviária.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Uma tragédia, um peso e duas medidas

Sim, a morte estúpida do menino João Hélio chocou o país. Mas o que nos choca ainda mais, são as atitudes igualmente estúpidas que geralmente sucedem este tipo de fato, e que são promovidas pela mente brilhante dos nossos parlamentares.

Será que é a hora certa para colocar a segurança pública em pauta? - Eles dizem. Não, a hora certa é há muito tempo atrás! Já era! O que se vê, então, é o velho jogo da mídia e o governo contra o povo. Papo furado.

Mas o ponto não é exatamente este. Existe muita coisa à se falar do governo e minha intenção não é fazer um apanhado geral das besteiras que ele faz. Quero focar num assunto muito menor, e que reapareceu nas entre-linhas desta onda dos últimos dias.

Muito se falou na redução da maioridade penal, que deveria ser aos 16 anos. Pela lei vigente, um menor de 18 anos não pode ser responsabilizado por seus atos. Tudo bem, quer dizer, não está tudo bem, mas vamos fazer de conta que está, somente para dar crédito à seguinte pergunta: Adolescentes de 16 anos podem votar? Sim, podem.

Assim, o que falta agora é o governo assumir aonde está o grande erro. Ou os menores são irresponsáveis demais para votar, ou são perfeitamente capazes de puxar uma boa cadeia.

Por fim, gostaria de desejar muita força aos pais de João Hélio. Eu, em seu lugar, duvido que fosse capaz de suportar tamanha perda.


Hoje (10/03/2007) descobri um excelente texto do Mário Leal, que abordou o assunto da maneira mais humana possivel. Leia em http://apoiofraterno.blogspot.com/2007/02/o-legado-de-joo-hlio.html